15 de dezembro de 2011

Advento tempo de GRAÇA

Em silêncio, nosso Deus espera a volta do filho que se perde e, quando este retorna o Pai amoroso, simplesmente o abraça e faz grande festa. Maria quando recebeu a visita do Anjo Gabriel, não fez e nem apresentou algum projeto, simplesmente disse: "Eis aqui a serva do Senhor, que se faça segundo TUA palavra". No grande terror da Paixão, a mesma Mãe carinhosa que recebeu de Deus a incumbência de gerar no ventre  e carregar nos braços o Salvador do mundo, com a mesma dignidade silenciosa, repetia: Eis- me aqui!”.
Não existe registro de nenhum discurso feito por ela, nenhuma pregação, porém nenhuma frase fez mais sentido na vida cristã do que esta: Eis- me aqui...Advento são dias maravilhosos de Graça em que a Igreja nos dá a oportunidade de refazer o caminho da História da Salvação. É na contemplação deste grande mistério revelado que nos unimos a Jesus.
Nós que cremos, precisamos repetir esta Historia, de geração em geração, para o que maior milagre da vida não caia no esquecimento. É preciso, e com urgência, que o mundo saiba que o nascimento do Rei Jesus Cristo, naquela madrugada fria de Belém, não tem a menor semelhança com os luzeiros, trenós e papais Noeis inventado nos shopping center da vida moderna. A única luz que brilhou sobre ELE foi a estrela silenciosa do oriente. Ninguém saiu pelas vias e praças gritando; hou, hou, hou, hou... Mas ouviu-se o seguinte, Um Anjo do Senhor que apareceu ao homem simples e de coração puro que contemplava o silêncio da noite anunciando: "Hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor!" [Lc2,11] 
Foi a revelação do grande segredo guardado havia séculos no coração de Deus e revelado ao homem que crê, no silencio da noite e do coração. O silêncio é a necessidade constante da alma atraída para o eterno e, quando não vê realizado seu desejo de união sofre como que sufocada em dia de chuva e poeira. Deus faz brotar no íntimo uma saudade de onde nunca esteve, mas sabe que é sua terra natal e que só será plenamente feliz quando para lá retornar.
Caríssimas filhas e filhos em Cristo Senhor nosso, ELE foi quem nos amou primeiro e nos escolheu. Aproveitemos o silêncio do advento para arrumar a casa (coração) e nos preparar para a entrada triunfante do Menino Jesus. Vamos jogar fora o que é velho e ultrapassado para dar lugar ao novo, pois eis que vem aquele que renova todas as coisas. Peçamos ao Divino Espírito Santo que é luz, para iluminar os cantinhos mais escuros da vida e depois passemos a cera do amor e o perfume da santa caridade e só então serviremos um grande banquete da alegria para o Divino Mestre que chega.
Mas, ....silêncio, ou não ouviremos quando ELE e sua Santa Mãe baterem na porta.
Deus abençoe e revigore a força de santidade em cada um(a).
Feliz Natal!!!

Fátima S.S.Rabelo - fundadora das Irmãs Teresitas

21 de novembro de 2011

Missão em Carapajós - CAMETÁ - PA

Breve relato de nossas experiências...


No dia 4 a 17 de novembro realizamos a missão na Pró-Paroquia Nossa Senhora do Carmo, com sede em Carapajós, na Prelazia de Cametá, Marajó, Pará. Área Pastoral formada por 46 comunidades cristãs (CC), 26 estão na zona rural com solo arenoso e barrento (argila), aonde só se chega por trator, carro ou motocicletas e 20 estão na zona ribeirinha às margens do rio Tocantins e igarapés, acesso de barcos e canoas. A futura paróquia é um mundo com muitos rios, lagos afluente, ramais, pedras e muitas pontes; povo com uma mistura de raça encantadora, predominante o sangue negro e indígena; com costumes tradicionais ainda preservados.
Nós, Irmãs Teresitas e missionários fomos para evangelizar, anunciando o querigma no seio das famílias. Passamos 13 dias festivos, vivendo a realidade do dia-a-dia de cada localidade. Dormimos em redes; comemos no chão e raras vezes ao redor de uma mesa; alimentamos-nos de caças e açaí; banhamo-nos nas águas do rio Tocantins e andamos por cima de pontes altas feitas de troncos de árvores de açaizeiros e miritizeiros, outras de tábuas. As casas pareciam cabanas, não tinham quartos e todos juntos na mesma sala, uma rede por sobre a outra. Todos os dias catam o real para sobrevivência.
O ar cristão está no rosto de cada pessoa, povo sedento de Deus, com uma fé simples e pura, vidas de milagres e sobreviventes, apenas com o necessário. São criativos e calorosos nas ações litúrgicas, com ares bem africanos, ao som de tuba, de pandeiro e reco-reco, da viola e raras vezes de teclado. Em algumas localidades é o próprio cacique o coordenador. Assumem as pastorais da catequese, dos jovens, do dízimo, Apostolado da Oração...


Região de vilas camponesas, favorece uma vida tranquila, mas às vezes é perturbada por piratas. Ao amanhecer só se escuta o som dos pássaros e o chamar das mães por seus filhos. Lá é possível as crianças correrem nas ruas ou por sobre as pontes e nadarem como peixinhos no rio/mar fundo e agitado, com vasta espécie de peixes e arraias. Todos se conhecem e se protegem com um amor fraterno incomparável, comungam, todos, da própria vida e morte.
Levamos o anúncio da Palavra a cada família, cantamos e rezamos por suas necessidades. Vivenciamos experiências profundas de simplicidade e pobreza, mas de uma felicidade, estampada no sorriso, da criança ao ancião. Encaramos ainda, a triste realidade da exploração sexual infantil naturalizada em alguns. Não obstante esse é um povo alegre, disposto a lutar pela melhoria do lugar e sedento por amadurecer na fé.

Mais fotos, clique no vídeo:


Renovado o ardor missionário, retornamos felizes e ainda mais confiantes no maravilhoso Amor de Deus...

Nosso agradecimento a todos, Pe. Silvo Texeira, famílias, amigos missionários e irmãos na fé.
Deus seja Louvado!

TERESITAS: Ir. Alcilene, Ir. Raimunda, Ir. Poliana e Ir. Suame
MISSIONÁRIOS: Tio Carmelito, Osvaldo Sodré, Janison, Juliana, Marizete e Orlando

16 de novembro de 2011

POESIAS à VIDA RELIGIOSA


A vida


A vida é muito bela,

Para quem crer e espera,

Para quem confia e acredita,

Para quem deixa ser modelado,

Para quem é capaz de despojar de si mesmo,

Para encher-se da Graça de Deus.


A vida é um dom sublime do Pai criador.




Ser Carmelita

Ser Carmelita é ser toda e unicamente de Deus,
De corpo, alma e coração,
Doar-se pelo Reino e ter compaixão.
É lançar-se sem medo nos braços do Salvador.
Que belo amor tem o Senhor pela alma que o busca com o coração.
Toda Teresita tem a convicção do Amor Misericordioso de Deus que é cheio de compaixão.
Tudo isso se consegue pela força da oração,
Anunciar o Reino de Deus,
Eis a nossa missão.    

Ir. Lorizange do Menino Jesus

7 de outubro de 2011

Santíssima Virgem da Eucarista


Santa Maria,
Mãe de Jesus,
Virgem da Eucaristia,
De ti nasceu a Luz.

O Cristo que vive,
No teu ventre se gerou,
Mãe da Eucaristia,
Sacrário do Amor.


Irmãs Teresitas/Letra e Música

6 de outubro de 2011

O que está à margem...

Fátima S. S. Rabelo  *
No mundo, independente do tempo cronológico em que se encontra ou encontrou o homem e a mulher, viu-se também uma intensa luta por um lugar ao sol, por vez e voz. As mulheres que antes não eram valorizadas, hoje ocupam os cargos mais importantes, nos negócios e na política. As crianças, pequenos seres sem importância, ganharam um estatuto só para elas. Os velhos que outrora eram deixados em casas de apoio à velhice, hoje tem aposentadoria, direito a transporte e um documento lei só para eles.
Isso tudo é muito bom, foram anos de luta, podemos expandir tão merecida vitória. Podemos? O que aconteceu?As mulheres apesar de tantas conquistas continuam vítimas de todo tipo de abuso e violência. O Estatuto da criança, são leis maravilhosas presa ao papel. Os idosos? São relegados a mísero salário mínimo que não cobre o custo dos muitos remédios que a idade exige. Pois no afã de criar leis, esqueceu-se de que, seriam para pessoas reais, para serem praticadas.
Jesus quando viu o povo sofrido, os abandonados, Ele os colocava no meio. Jesus sabia que poderia curá-los se os trouxesse para si. Assim aconteceu com o homem que tinha uma mão alejada, improdutiva como o são os idosos. Sem as duas mãos perfeitas aquele homem era incompleto como uma criança, que ainda precisa de cuidados e estava as margens daquela reunião, olhando de longe, desconfiado como uma mulher ferida e enxotada, como tantas que conhecemos. Jesus não se guiava pelo que os outros pensam a respeito Dele, Eles age com misericórdia e com autoridade; chama aquele homem “Vem para o meio” (Mc3,3) o homem cujo nome o autor sagrado não menciona,confia no mestre e dá o primeiro passo para cura. Para valer tantas lutas por direitos, da mulher, da criança ou do idoso, se faz necessário colocá-los no meio, ou seja, precisa priorizar suas necessidades e valorizá-los como pessoa. Foi isso que Jesus fez com todos o que encontrou pelo caminho, ou que foram até Ele, deu a cada um uma atenção especial. Portanto toda lei por mais bem elaborada que seja se não tirar o outro da marginalização, já nasce falida.


Irmãs em missão...
 
Em seguida Jesus dá ao homem a liberdade de apresentar, mostrar seu problema, o motivo da sua angustia, diz ao homem: “Estende tua mão” (Mc 3,51). Com este gesto a mão foi totalmente curada na frente de todos e o homem pode voltar para sua família com uma nova perspectiva de vida. Este homem agora já podia fazer planos, construir uma família, trabalhar enfim, voltou a ser produtivo, Jesus devolveu a ele o seu valor de pessoa, de filho amado. Não basta fazer greve ou criar novas leis, é preciso que Jesus e seus ensinamentos esteja no centro.
O estranho é que o mesmo homem que briga, luta por direitos humanos, cria cada dia mais meios de destruir os próprios direitos. Não ficaria surpresa se soubesse que dentre os que escreveu o ECA, há os que lutam pela legalização do aborto, os que defendem o direito da mulher, defendem também o tráfico e comercialização das mesma e mais, os que criam o Estatuto do idoso, estivesse a favor do projeto que lhes cancelasse a aposentadoria, alegando economia da nação. Falo isso baseada na Paixão de Cristo; o mesmo povo que comeram do seu pão tiveram sua dores curadas, gritavam “crucifica-o!” (Mc 15,13)
Mais Jesus mandou os discípulos pelas vilas e caminhos para fazer com que todos se tornassem seus discípulos, “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” e eles o fizeram. Então todo batizado é ainda hoje um discípulo de Jesus, ou seja, alguém que deve continuar sua missão, de instaurar um Reino novo de Paz e de misericórdia.
Hoje somos enviados a chamar os que estão às margens da vida, da Igreja, da sociedade; “Vem para o meio e estende sua mão..." É preciso dar ao próximo a oportunidade de estender as mãos e mostrar sua dor. Corremos muito, não temos tempo para olhar, para entender ou mesmo para ouvir, olhar nos olhos do outro e fazê-lo se sentir amado, importante como pessoa. Assim, com este simple gesto seremos instrumento capaz de devolve-lhe a vida.
Ei! Psiu! Vem para o meio, vem...
* pedagoga pela FINON _ MG, expecialista em Pedagogia Empresarial, missionária e fundadora das Irmãs Teresitas. Relatos do livro: "Meu próximo meu tesouro" - ainda não lançado.

30 de setembro de 2011

Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós!



"Depois da minha morte farei descer uma chuva de Rosas" 
...E essas são as lindas rosas que recebemos de Santa Teresinha,
no segundo dia do Tríduo em sua honra, sinal de graça.




28 de setembro de 2011

Salve, salve Santa Teresinha do Menino Jesus!



Lançar Flores


Sim, meu Bem-amado!
Assim se consumirá a minha vida... Não tenho outro meio de Te provar o meu amor, senão o de lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra; aproveitar todas as mais pequenas coisas e fazê-las por amor... Quero sofrer por amor e gozar por amor. Assim lançarei flores diante do teu trono. Não encontrarei nenhuma sem a desfolhar para Ti...

(História de uma Alma, Ms B 4rº-vº)


17 de setembro de 2011

Servir a Deus

"Ó Senhor, quão grande é a abundância de vossa doçura que reservais para os que Vos teme” O que não será pois para os que Vos Amam, e Vos servem de todo o coração? (Sl, 30,20)


Clique na foto para visualizar álbum.
Na verdade, são inefáveis as delícias de que inundais os que Vos amam, quando sua alma Vos contempla.

Eis que me mostraste singularmente a ternura de vosso amor; quando não existia me criaste, quando andava errante me chamastes a Vós para que Vos servisse e me pusestes o doce preceito de Vos amar.

Imitação de Cristo, cap. 10,1

24 de agosto de 2011

16 de agosto de 2011

O caminho das águas


UMA REFLEXÃO VOCACIONAL¹

Na Vida Religiosa existem muitas imagens e símbolos que nos ajudam a meditar os mistérios de Deus e o dom da vocação. No primeiro dia deste mês vocacional, num silêncio celebrativo, quando agradecia ao Bom Deus pelo chamado, veio, em minha lembrança, o caminho que fazem as águas até chegar a seu destino. Encantador, lindo e sábio. 
O mar é infinito aos olhos humanos e é feliz quem já o viu, de tão belo que é. Sua imensidão é o destino de inúmeros rios; e estes, grandes ou pequenos, passam por tudo que aparece à frente para se desembocar nas águas salgadas do mar. Até a foz os rios formam cursos, percorrem montanhas, caem em cascatas, cachoeiras, abatem-se em paredões e pedras.
Mas o que seria do mar, e como chegariam até ele os rios sem os igarapés, seus afluentes? Eles existem! São córregos, cursos menores de águas, caminham entre raízes, folhagens, lamas, igapós, pântanos. Tomam vigor até engrandecer o rio e empurrá-lo até seu destino.
Como tem sentido esse caminho? O que faz o rio correr para seu fim?
Para a Hidrografia, nascente é o começo do curso de água e o fim do curso é chamado de foz, sendo que um curso de água corre de montante para jusante, ou melhor, é da nascente que as águas correm para o mar. Assim, sem a nascente o igarapé não incentivaria o rio. Logo, este não chegaria ao mar, seu destino. É na nascente que a água jorra, surge milagrosamente do seio da terra. É esta a ciência do caminho das águas: da nascente até a foz, até o Mar.
E o que isso tem a ver com vocação? Nada é sem sentido.
Assim como sem a nascente, o rio não chegaria à foz e ao mar, sem a intensidade do Primeiro Amor, a fonte do chamado, a Vida Religiosa não realizaria sua missão, não alcançaria a plenitude, seu único fim, Deus. Não chegar ao mar, para a Vida Religiosa é não ter sentido, é não ter missão.
Não há missão sem vocação. E vocação sem missão é como um rio sem destino. Deus não brinca de chamado. Por que brincar de responder? Há, por exemplo, rio que não chega ao mar e deságua em lagoa. O que refletir disso, se o mar é símbolo de plenitude?
Os rios sãos como os meios que a Vida Religiosa utiliza para realizar sua missão: o Carisma, a oração, o anúncio, a caridade, a inserção, a comunidade e outros.
Os igarapés lembram-me a alegria do chamado. Deve ser insuportável seguir a Vida Religiosa sem alegria, sem felicidade! A alegria transpõe todo sofrimento, rejeição, fracasso, humilhação, solidão e saudade. 
A nascente da Vida Religiosa é onde nasce o chamado: quando e como ouvimos a Deus. Deus e eu, eu e Deus. Um consagrado não pode esquecer a origem da vocação. Aquele dia, aquele canto, aquela Palavra, imagem, são nascentes da vocação e precisam sempre ser recobradas e rememoradas. É o instante do primeiro encontro com o Amado, quando experimentamos seu amor, sua bondade paternal. É a partir daí que seguimos o curso à missão, até a plenitude da consagração, a Vida Eterna. Como ensina São João da Cruz: “A suavidade é rastro que Deus imprime de si na alma, torna-a muito ligeira para percorrer após o Amado”.
E assim, na busca de Deus, a Vida Religiosa permite o encontro conosco e com os irmãos, porque é de Deus que emana todo bem.

O caminho das águas... Como tem sentido minha vocação!

[1] Irmã Cidlene da Eucaristia, CEST/Irmãs Teresitas
     socióloga e educadora social

15 de agosto de 2011

"A vocação é um dom de Deus, mas a resposta e a perseverança depende de nós."
Ir. Elizabeth, OCD