6 de outubro de 2011

O que está à margem...

Fátima S. S. Rabelo  *
No mundo, independente do tempo cronológico em que se encontra ou encontrou o homem e a mulher, viu-se também uma intensa luta por um lugar ao sol, por vez e voz. As mulheres que antes não eram valorizadas, hoje ocupam os cargos mais importantes, nos negócios e na política. As crianças, pequenos seres sem importância, ganharam um estatuto só para elas. Os velhos que outrora eram deixados em casas de apoio à velhice, hoje tem aposentadoria, direito a transporte e um documento lei só para eles.
Isso tudo é muito bom, foram anos de luta, podemos expandir tão merecida vitória. Podemos? O que aconteceu?As mulheres apesar de tantas conquistas continuam vítimas de todo tipo de abuso e violência. O Estatuto da criança, são leis maravilhosas presa ao papel. Os idosos? São relegados a mísero salário mínimo que não cobre o custo dos muitos remédios que a idade exige. Pois no afã de criar leis, esqueceu-se de que, seriam para pessoas reais, para serem praticadas.
Jesus quando viu o povo sofrido, os abandonados, Ele os colocava no meio. Jesus sabia que poderia curá-los se os trouxesse para si. Assim aconteceu com o homem que tinha uma mão alejada, improdutiva como o são os idosos. Sem as duas mãos perfeitas aquele homem era incompleto como uma criança, que ainda precisa de cuidados e estava as margens daquela reunião, olhando de longe, desconfiado como uma mulher ferida e enxotada, como tantas que conhecemos. Jesus não se guiava pelo que os outros pensam a respeito Dele, Eles age com misericórdia e com autoridade; chama aquele homem “Vem para o meio” (Mc3,3) o homem cujo nome o autor sagrado não menciona,confia no mestre e dá o primeiro passo para cura. Para valer tantas lutas por direitos, da mulher, da criança ou do idoso, se faz necessário colocá-los no meio, ou seja, precisa priorizar suas necessidades e valorizá-los como pessoa. Foi isso que Jesus fez com todos o que encontrou pelo caminho, ou que foram até Ele, deu a cada um uma atenção especial. Portanto toda lei por mais bem elaborada que seja se não tirar o outro da marginalização, já nasce falida.


Irmãs em missão...
 
Em seguida Jesus dá ao homem a liberdade de apresentar, mostrar seu problema, o motivo da sua angustia, diz ao homem: “Estende tua mão” (Mc 3,51). Com este gesto a mão foi totalmente curada na frente de todos e o homem pode voltar para sua família com uma nova perspectiva de vida. Este homem agora já podia fazer planos, construir uma família, trabalhar enfim, voltou a ser produtivo, Jesus devolveu a ele o seu valor de pessoa, de filho amado. Não basta fazer greve ou criar novas leis, é preciso que Jesus e seus ensinamentos esteja no centro.
O estranho é que o mesmo homem que briga, luta por direitos humanos, cria cada dia mais meios de destruir os próprios direitos. Não ficaria surpresa se soubesse que dentre os que escreveu o ECA, há os que lutam pela legalização do aborto, os que defendem o direito da mulher, defendem também o tráfico e comercialização das mesma e mais, os que criam o Estatuto do idoso, estivesse a favor do projeto que lhes cancelasse a aposentadoria, alegando economia da nação. Falo isso baseada na Paixão de Cristo; o mesmo povo que comeram do seu pão tiveram sua dores curadas, gritavam “crucifica-o!” (Mc 15,13)
Mais Jesus mandou os discípulos pelas vilas e caminhos para fazer com que todos se tornassem seus discípulos, “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” e eles o fizeram. Então todo batizado é ainda hoje um discípulo de Jesus, ou seja, alguém que deve continuar sua missão, de instaurar um Reino novo de Paz e de misericórdia.
Hoje somos enviados a chamar os que estão às margens da vida, da Igreja, da sociedade; “Vem para o meio e estende sua mão..." É preciso dar ao próximo a oportunidade de estender as mãos e mostrar sua dor. Corremos muito, não temos tempo para olhar, para entender ou mesmo para ouvir, olhar nos olhos do outro e fazê-lo se sentir amado, importante como pessoa. Assim, com este simple gesto seremos instrumento capaz de devolve-lhe a vida.
Ei! Psiu! Vem para o meio, vem...
* pedagoga pela FINON _ MG, expecialista em Pedagogia Empresarial, missionária e fundadora das Irmãs Teresitas. Relatos do livro: "Meu próximo meu tesouro" - ainda não lançado.

4 comentários:

  1. quero ser um instrumento que convida o irmão
    para chegar até Jesus e ser curado no mais profundo do seu coração.

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  2. Fátima Rabelo.
    faticasouza@hotmail.com

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  3. Enfim devemos amar e amar sempre do jeito de Jesus!
    Obrigada tia, por contribuir para que não durma em nós esse sentimento.
    Abraços,

    Ir. Sônia.

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  4. Que grandes verdades,já dizia santa tereza:"quem ama não cansa nem se cansa",que nós vossos futuros filhos possamos corresponder ao chamado do senhor atravez do lábios da Virgem do Carmo...Ryan

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